sábado, 8 de outubro de 2011



Vai onde há a dor, e cura!...
Vai onde não há amor, e ama!...
Vai onde há a dor, e alegra!...
Vai onde não há amor, transforma!...
Teu toque forte muda a sorte de quem Te encontra.
....
Vai onde há a dor, e cura!
Vai onde não há amor, e ama!
Vai onde há a dor, e alegra!
Vai onde não há esperança!
Traz esperança!
Faz esperança!
Traz esperança!
                                                                                           

                                                                   [Banda Palavra Antiga]

O que fazemos [ou deixamos de fazer]


“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos
não é senão uma gota de água no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."       
                                                                                            [Madre Teresa de Calcuta]

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A síndrome do filho mais velho.

E se Jesus vivesse em nossos dias? E se Ele estivesse encarnado aqui entre nós? E se ele estivesse aqui feito homem?... E se Ele saísse pelas ruas em pleno domingo a noite? Andando ora pelas ruelas esburacadas ora pelas avenidas bem cuidadas, observando o trânsito, ouvindo um burburinho aqui e acolá de alguns que se encaminham para a Sua Casa... São 18:30h e Ele se alegra ao ver que ainda há os que se apressam para estar ali na Casa do Pai antes que a reunião se inicie... Enquanto caminha pelas ruas ele começa a ouvir os acordes vindos da Sua Casa... Seu coração se enche de alegria... Ele sabe que os seus filhos, os seus amados filhos estão se preparando para celebrarem à Sua Majestade... Então o coração de Jesus bate apressado... amorosamente apressado: "Ah, meus queridos... como é bom saber que estão me adorando... jubilosos por aquilo que um dia na Cruz eu fiz por cada um de deles..."  Alegre, Jesus para em frente a igreja de onde se ouvem os louvores... Passa as mãos pelos cabelos... Sorri... Então dá meia volta e vai se assentar junto a um velho mendigo que se ajeita no banco da praça em frente a igreja... Tira da bolsa surrada um naco de pão tipicamente judeu e dá-lhe de comer e o convida para ir até a birosca mais próxima... Lá, pede uma coca-cola e um copo descartável compartilhando-a com o velho... Ele cheira mal e tem feridas no corpo, mas Jesus não parece preocupado com isso... Conversa com Ele como se fossem velhos amigos... Compartilha-lhes as boas novas... Alguns bebuns que estavam por ali jogando sinuca se aproximam para ouvi-lo no exato momento em que Jesus está contado ao mendigo a párabola do filho pródigo... Em pouco tempo alguns estão chorando... Outros perguntam: "Quem é esse homem que nos acerta a alma com suas palavras?"... Em certo momento um homem atravessa a rua e vem em direção ao bar gesticulando com uma das mãos como a chamar por alguém: "Jesus, oh Jesus! O culto já começou... Estamos a sua espera... Vamos fazer uma homenagem ao Senhor e lhe reservamos o melhor lugar! O grupo de louvor ensaiou um belo hino e ainda faremos um apresentação teatral..."  Jesus, sorrindo, passa-lhe uma das mãos sobre os ombros e diz: "Filho, meu filho... volte lá e diga aos outros que tudo o que tenho é de vocês... já paguei um alto preço por cada um de vocês... regozigem-se e alegrem por isto e retenham firme a vossa fé.. Mas diga-lhes que vou ficar por aqui mais um pouco e depois ainda tenho de ir a alguns hospitais, delegacias, orfanatos... Preciso dar uma passada também na Central do Brasil, fiz alguns amigos por lá quando desembarquei e preciso ir vê-los outra vez... Digam que não estejam ansiosos com as coisas destas vidas... Digam-lhes que não se atarefem demais com festas e eventos... Pois há algo mais precioso:  o "ide"... lembra a cada um deles do "ide"... Vou ficar por aqui filho, tenho muito que fazer aqui fora... olhem todos estes... (Jesus aponta para os bebuns e o mendigo cabisbaixo)... Você não precisa de mim... porque eu já estou com você o tempo todo... Minha herança é sua... você está o tempo todo na minha Casa... Mas e quanto a estes?! Lembre-se filho: "os sãos não precisam de remédios... os doentes, sim"... 

Que o Senhor nos cure da síndrome do filho mais velho...

Abs, em Cristo que se deu em resgaste de muitos.
Ruthi

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vinde benditos do Pai...

O Reino de Deus não é para os que fazem dos templos um lugar de passar o tempo. O Reino de Deus não é para os que fazem das reuniões cristãs meros encontros sociais. O Reino de Deus não é para os afortunados mas para os que se despojam de si mesmo. O Reino de Deus é herança dos que se tornam benditos. Benditos do Pai. Primeiro porque aceitaram o Cristo crucificado e ressurreto. Depois porque sabem que milhares de outros pecadores ainda esperam alcançar esta Graça. Sabem que precisam dar-lhes de comer e beber. Sabem que precisam, urgentemente, visitar-lhes e curar-lhes as feridas da alma e do corpo. Sabem que precisam ir vê-los por entre as grades das prisões físicas e espirituais para anunciar-lhes a Liberdade conquistada na Cruz. Sabem que precisam hospedar os que batem em sua porta pois pode ser que estejam hospedando a anjos. Sabem que precisam vestir a quem sente frio nas noites frias dos invernos da vida. Esta é a missão da Igreja de Cristo. Aquela que se parece com Ele. Pois assim como Ele foi assim também devemos ser.                
"...era estrangeiro, e hospedastes-me..."
"...adoeci, e visitastes-me..."
"...estive na prisão, e fostes ver-me."
"... tive fome e me deste de comer..."

"...tive sede e me deste de beber."

"...estava nu, e vestistes-me..."
 


                      
  Texto para referência: Mateus 25:34–36
Ruthi 18/07/11


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Obrigada...

 "Melhor é serem dois do que um... 
Porque se um cair, o outro levanta seu companheiro.."
  Ec. 9, 10


Um "muito obrigada" a todos aos que estão seguindo meu "diário virtual". É um prazer tê-los aqui. Escrevam sempre que sentirem vontade.

Abs,
No Cristo que nos (re) uniu na cruz.
Ruthi

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Loucos...

"Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem;
mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."
[1 Coríntios 1:23]


Dizem que são loucos os cristãos por acreditarem em um Deus que se fez carne e habitou entre os homens. Dizem que são loucos por acreditarem em um Deus invísivel, cuja face os seguidores não podem apalpar. Dizem que são loucos por gastarem tempo dentro de templos adorando a esse Deus que nunca viram. Já disseram até, tentando insultá-los, que "a religião é o ópio do povo". Sim, dizem que estão embriagados em plena luz do dia, pulando, saltando, cantando, falando em uma língua que dizem ser estranha. Sim, dizem que são loucos por acreditarem em um certo Jesus, filho de uma mariazinha e de um zezinho, carpinteiro de uma tal cidade judéia. Dizem que são loucos por acreditarem na loucura deste Jesus que, séculos após séculos, ainda teima em se declarar Filho de Deus. Sim, isto é uma loucura sem tamanho. Somente homens e mulheres sem qualquer resquício de sabedoria poderia crer e viver como se isso fosse verdade... Sim, são loucos estes que se declaram cristão.  E esta loucura teve o seu ápice na cruz daquele tal Jesus. Somente um louco se animaria a entregar sua vida por seres que, séculos após séculos, o escarneceriam, o chamariam das coisas mais vis. Sim, foi ali naquela cruz que toda esta histórico de loucura teve seu clímax. Loucos! Como alguém pode crer que um homem pode morrer e tornar a viver e ainda prometer voltar para buscar os que acreditaram em seus discursos sobre um tal reino celestial? E, pasmem! Desde então, milhares e milhares de homens e mulheres, meninos e meninas tem optado em viver loucamente. Este quadro é irreversível. Anos após ano estudiosos do mundo inteiro tem tentado entender ou impedir o avanço desta loucura, pois ao que indica, é contagiosa. No entanto, tudo o que conseguem fazer é torná-la mais aguda e intensa nos que foram acometidos por ela. São loucos estes cristãos como é louco o tal Jesus de Nazaré... Um louco apaixonante que contagia ainda hoje quem quer que dele se aproxima...


Abs,
Ruthi

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Raposas fazem mal a vinha... (I)


“Apanhai-me as raposas, as raposinhas, 
que devastam os vinhedos..."
(Cantares 2.15)
 

"Uma raposa vinha andando livremente
Quando olhou para um cacho de uvas
Ela achou as uvas tão bonitas, lindas,
Saborosas e tentou as uvas alcançar,
Mas não conseguiu alcançá-las
Então, no mesmo instante começou a dizer
Elas não eram tão bonitas assim,
Elas não eram tão gostosas assim."

                                        Trecho da música "Filhos de Caim" do Catedral/ Composição: Kim / Cézar / Júlio

sábado, 25 de junho de 2011

Os wellingtons que ajudamos a (de) formar...


A bárbarie cometida por aquele jovem em uma escola pública no RJ não pode ser aqui nomeada. Foi cruel, desumano, doentio. Ainda assim, abro um parêntese para repensarmos nosso papel enquanto seres humanos e, sobretudo enquanto cristãos. O quanto somos responsáveis por tragédias como esta? O quanto estamos ajudando a criar mentes como a de Wellington? Enquanto professora eu estive a pensar estes dias sobre o quanto nossas escolas precisam estar atentas a nossos alunos... Aos repetidos casos de bullying (a nomenclatura está na moda mas a raiz é antiga..) que ocorrem no interior de nossas escolas... Nos preconceitos e agressões morais que ocorrem ora de modo vísivel, ora silenciados... Enquanto cristã eu me perguntei muitas vezes estes dias, o que a Igreja de Cristo fez ou poderia ter feito caso encontrasse o jovem Wellington pelos caminhos da vida... As vezes, as igrejas que deveriam ser lugar de acolhimento, tem reproduzido as exclusões existentes no mundo... Somos, de alguma forma, responsáveis por esta tragédia. Somos quando fomentamos as divisões dentro do Corpo de Cristo. Somos quando não acolhemos/ abraçamos, verdadeiramente seres (des) humanos como o jovem Wellington. Somos quando achamos que a juventude é eterna e não levamos nossos jovens a maturidade moral e espiritual. Somos culpados quando em nossos lares, escolas e (pasmen!) igrejas, optamos pela indiferença diante do outro. Torno a afirmar o meu repúdio a bárbarie cometida pelo jovem Wellington, mas torno também a reafirmar a nossa parcela de culpa diante das bárbaries da (des) humanidade. Somos culpados porque nos calamos quando a dor não é nossa. Somos culpados quando não cumprimos nosso papel enquanto Igreja de Cristo de estar com o outro não apenas “reunido no templo“, mas sobretudo no “partir do pão“. Somos culpados quando, “a caminho de nossas igrejas“, cruzamos com tantos jovens cujas mentes estão se transformando em wellingtons e simplesmente atravessamos a rua e seguimos em direção a nossa “Canaã particular“.

Abs,
No Deus que amou a Humanidade e por ela se entregou (sem exceção).

Ruthi Lima. Escrito em 12/04/2011.

Denúncia...


 Nossa modernidade nos orgulha.
Nossos avanços tecnológicos nos fazem estufar o peito.
Contudo, nossos gestos, nossas escolhas, nos denunciam dia após dia.
Denunciam nossa indiferença diante da dor alheia.
Denunciam que preferimos a vida que passa na tela,
Ignorando a vida que suspira/ reage/ desfalece.
Nossos gestos e escolhas denunciam nossa (des) humanidade.

                                                                                                                                        Ruthi Lima.

As pequenas grandes coisas...

Lua cheia.          Abril/2011.Arquivo Pessoal.
‎    "Crescemos. Já não perdemos o fôlego diante de um arco-íris ou do perfume de uma rosa, como acontecia antes. Ficamos maiores e todo o resto ficou menor, menos impressionante. Tornamo-nos apáticos, sofisticados e cheios de sabedoria do mundo. Não deslizamos mais os dedos sobre a água, não gritamos mais para as estrelas nem fazemos caretas para a lua. Água é H²O, as estrelas foram classificadas e a lua não é feita de queijo...
      Houve um tempo, não muito distante, em que uma tempestade fazia um homem adulto estremecer e sentir-se pequeno. Deus, no entanto, está sendo deixado de lado pelo mundo da ciência. Quanto mais sabemos sobre metereologia menos inclinados nos tornamos a orar durante uma tempestade. Os aviões voam agora acima, abaixo, e entre elas. Os satélites reduzem-nas a fotografias....
        Evitamos o frio e o calor. Refrigeramos a nós mesmos no verão e sepultamo-nos debaixo de plástico no inverno. Rastelamos cada folha assim que ela cai. estamos tão acostumados a comprar carne, aves e peixes preembalados que nunca paramos para pensar sobre a liberalidade da criação de Deus. Tornamo-nos complacentes, vivendo a vida prática. Perdemos a experiência do assombro, da reverência e da maravilha."                                                                                          
                                                                                                                  (Brennan Manning. cit. Joan Puls)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Debilidades...


Tudo que não quero fazer eu faço.
Cada vez que penso em avançar,
eu me desfaço.
Seguir a linha reta,
olhar o alvo,
é um caminho doloroso,
árduo.
Quando penso que vou vencer,
então eu perco.
Quando penso que vou sorrir,
vem desespero.
Eu choro,
eu grito,
mas não ouço nada:
nem uma voz,
nem um aviso.
Eu quero o bem,
mas o mal me persegue.
Edifico,
mas não me finco.
Caminho,
mas sempre fico.
Meu Deus,
Meu Reconstrutor,
há debilidades em mim,
Mas creio,
que há forças em Ti.
Nos Teus braços,
eu me refaço.

Ruthi de Lima. Mar/2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quando caem as máscaras...

Arquivo pessoal. Março/2011.


Depois de pregar seu lindo sermão,
E de cantar a última canção.
Quando você volta pra casa,
E ninguém mais que você.
Precisa impressionar quem está por perto.
Quem é você?
Quem é você,
quando ninguém vê?
Quem é você?
Só você mesmo pode responder...
Por trás da aparência, onde só Deus vê...
Bem no seu intimo sombrio,
Sufocado e trancado a sete chaves
Maquiando o teu vazio...
Deus e o travesseiro sabem...
Quem é você,
quando ninguém vê?
Quem é você?
Quem é você?
Quem é você?
Longe do altar, 
o que Deus vai ver quando Te sondar?
Quem é você além de um domingo?
Depois das luzes, do discurso e da máscara?
Quem é você,
quando ninguém vê...
Quem é você?

Créditos: Trazendo a Arca/ Música: "Quem é você?"

terça-feira, 1 de março de 2011

Perfeição

Arquivo pessoal. Parque Estadual Restinga de Bertioga.SP. 27/02/11
"Vem de Deus
O amor que envolve nossas vidas,
Vem de Deus,
Impossível que não tenha a mão de Deus
Nada pode ser
Tão perfeito se de Deus não proceder."
 
                                                    Sérgio Lopes/Perfeito como a flor.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Continuar sonhando..."

Arquivo pessoal. Parque Estadual Restinga de Bertioga. SP. 27/02/11

"Se estás comigo vou continuar sonhando
Mesmo que às vezes eu precise estar chorando
Minha esperança está em ti
Guardo o meu coração em ti
Todas as minhas fontes estão sempre em ti
Um dia eu te conheci
E aprendi a esperar
Que cada sonho tem seu tempo de chegar
Eu só preciso ter em mim
O teu Espírito e assim
Não há limite aonde a fé me levará".

Sérgio Lopes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tempo de deixar ir...


Hoje, acordei PENSANDO ALTO... Estava meditando nas palavras de uma pessoa que pregou outro dia na igreja... Ele falou algo sobre "Tera tem que morrer, Ló tem que partir, para que a promessa possa nascer". Pensei algumas coisas sobre isso. O Espírito Santo foi ajudando-me a entender certas coisas...

Tera foi o pai do patriarca Abrãao. A Bíblia relata no livro da gênese sobre Tera:

"E viveu Terá setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor, e a Harã.
E estas são as gerações de Terá: Terá gerou a Abrão, a Naor, e a Harã; e Harã gerou a Ló.
E morreu Harã estando seu pai Terá ainda vivo, na terra do seu nascimento, em Ur dos caldeus.
E tomaram Abrão e Naor mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher de Naor era Milca, filha de Harã, pai de Milca e pai de Iscá.
E Sarai foi estéril, não tinha filhos.
E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali.
E foram os dias de Terá duzentos e cinco anos, e morreu Terá em Harã." Gênesis 11. 26-32.

Logo após este relato, já no capítulo 12, a narrativa bíblica enfoca a ordenança de Deus a Abraão: "Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei." v.1


Para que Abrãao herdasse a promessa, seu pai teve de morrer. A voz de Deus só foi ouvida por Abrãao quando seu pai Tera faleceu. A ordem era expressa: deixar Harã, o lugar onde habitava. Abraão poderia ter preferido ficar por ali mesmo, já que havia se tornado um homem de muitas riquezas. Se tivesse optado por isso, nao teria, talvez enfrentado os maiores desafios da sua vida. Teria vivido seus dias, sossegadamente e, ali em Harã acumulado riquezas. Teria se tornado, certamente um homem próspero e respeitado por aquelas bandas. No entanto, a terra onde vivia era um lugar de idolatrias e Abrãao necessitava deixar tudo aquilo, até mesmo a comodidade de seu lar, para ir ao alcance da promessa divina.

Tera havia morrido. Seu velho pai já não existia e Abrãao soube então que o seu tempo em Harã havia terminado. Era hora de ir. Deixar para trás seus parentes, amigos. Ir?? Para onde, meu Deus? Tantas incertezas talvez rondassem o coração de Abrãao... mas ele não se deixou intimidar por nenhuma delas. Tera já não estava ali. E o lugar de Abrãao também já não era mais ali... Arrumou suas coisas, chamou Sara e levou consigo Ló, seu sobrinho...
Ao escolher sair de Harã, do meio de sua parentela, Abrãao teve seu nome reconhecido por todas as gerações seguintes. Foi feito "pai de multidões...

Adiante, no capítulo 13, as Escrituras nos apontam o que talvez tenha sido uma precipitação de Abrãao... Levando Ló consigo, o patriarca arranjou problemas... Houve desavenças entre os empregados de Ló e de Abrãao... As coisas não estavam nada bem... Era hora de tomar uma providência. Abrãao precisava deixar Ló ir, do contrário, isto poderia vir a atrapalhar sua caminhada em direção a promessa. Talvez Abrãao tenha resistido a isto no inicio. Talvez ele achasse muito cruel ter de despedir seu sobrinho. Mas era preciso uma decisão. Abrãao precisava escolher ali entre Ló e a Promessa. Sabiamente, o patriarca optou pela última. Deixou ir Ló e ainda o deu a oportunidade de escolher a melhor região onde queria habitar. Muitas vezes achamos que estamos perdendo algo, chegamos a questionar ou zangar com Deus. Mas Ele nos ensina todos os dias a deixarmos as velhas coisas (mesmo aquelas que nos parecem tão perfeitas!) para viver em novidade de vida...

Seguindo a narrativa bíblica, após o nascimento da promessa, traduzida em Isaac, vemos Abrãao outra vez envolto em dilemas sobre "deixar ir". Sara, sua esposa, havia arranjado-lhe um grande problema ao dar-lhe sua serva Agar como "mãe" de filho. Tentando "ajudar" Deus, Sara trouxe grandes complicações para o patriarca. Sara expulsa Agar com seu filho no ventre. O que tanto Abrãao, quanto Sara, talvez não soubessem é que as vezes Deus quer que sejamos sábios até mesmo quando precisamos despedir o que nos atrapalha em nossas vidas. Para que não aprofundemos as feridas em nós e nos outros...
 Deus manda Agar de volta. Era preciso um concerto. Deus quer que o patriarca aprenda a agir com sabedoria. Ismael nasce. Isaac, a promessa, também. As coisas começam a complicar-se. A promessa é ridicularizada por Ismael. Sara zanga-se. Agora, choramingando, Sara pede ao seu marido que "deixe ir" Agar e seu filho Ismael. Desta vez, porém, Abrãao não se precipita, antes vai pedir ajuda ao seu Deus:
  
"E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual tinha dado a Abraão, zombava.
E disse a Abraão: Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com Isaque, meu filho.
E pareceu esta palavra muito má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.
Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua descendência.
Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, pondo-os sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu, andando errante no deserto de Berseba." Gn. 21.9-14


Era a hora de "deixar ir" Agar e Ismael. Talvez as lágrimas possam ter rolado no rosto do velho Abrãao. Seu filho Ismael estava partindo e ele nada podia fazer para impedir isto. Era uma ordem de Deus: deixar partir aquilo ou aquele que trazia problemas dentro do seu lar, que impedia que a promessa crescesse. Era preciso "deixar ir" ainda que fosse doloroso...

Tera teve de morrer para que Abrãao ouvisse a voz de Deus lhe fazendo a promessa: 
"Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei." Gn. 12-1

teve de partir para que a promessa fosse mais uma vez lembrada ao patriarca. Para que saísse do lugar que lhe parecia tão cômodo:

"E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;
Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.
E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada.
Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei.
E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR" Gn. 13. 14-18

Abrãao teve de despedir Agar e seu filho para que a promessa crescesse, para que, em Isaque, se cumprissem os planos de Deus. Teve de, literalmente, levantar acampamento. Sair do lugar comum, da zona de conforto.


Assim somos nós. Assim sou e você. Se queremos o novo de Deus, temos de deixar o que já está desgastado em nossas vidas. Ninguém de nós poderá herdar as coisas mais excelentes, tanto nesta vida quanto no porvir, se não estivermos disposto a deixar o que nos embaraça. Como diria Paulo, "ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida" II Tm 2.4. É preciso deixar ir o que nos impede de correr  "a carreira que nos foi proposta" Hb 12.1


Que a síndrome da mulher de Ló não nos alcance. Aquela que, ao olhar para trás, tornou-se em estátua de sal (Gn 19.26). Olhou para trás talvez, relembrando os bons momentos em que viveu na cidade. Olhou para trás talvez, pensando no conforto do lar que havia deixado. O lar onde suas filhas haviam crescido, onde sua família viveu tantos momentos alegres. Olhou para trás talvez, relembrando as muitas festas em que participou nas casas de Sodoma e Gomorra. Lembrou de suas amigas, das risadas. Olhou para trás talvez, pensando que NUNCA mais poderia ter uma vida como aquela. NUNCA mais poderia encontrar uma cidade como aquela. Ficou olhando para trás, talvez por um longo tempo, a remoer as lembranças ali vividas. Sentia-se incapaz de recomeçar. Esqueceu do Deus que faz nova todas as coisas. Perdeu-se nas lembranças de Sodoma e Gomorra a ponto de não perceber seus pés endurecendo. Suas mãos, cabeça e pescoço enrijecendo-se por algo estranho. Era o sal tomando conta de seu corpo e o tornando estátua. Já não havia tempo de deixar ir as lembranças, os embaraços... 
Se nós queremos seguir a Cristo temos de negar nossas vontades, temos de deixá-las ir até que em nós se cumpra a Vontade Dele. Isto é realmente difícil. Eu diria que é algo profundamente doloroso. Não é algo que ocorre num estalar de dedos, vimos isto na trajetória de Abrãao. Vimos seus erros e seus dilemas, até aprender a "deixar ir" o que impedia o agir divino. É um aprendizado árduo, contudo temos um Bom Mestre. Ele nos ensina nas entrelinhas das Escrituras: " se quisermos herdar a promessa temos de deixar ir o que a impede de cumprir-se em nós!"






Ontem a noite Deus me convidou a "deitar fora", a "deixar ir", a "sepultar" o que me embaraça. E hoje, ao levantar-me, ouvi outra vez sua voz me convidando a PENSAR ALTO. A BUSCAR e PENSAR as coisas que são de cima. Chamou-me a livrar-se do peso que me impede de caminhar. Ordenou-me a fazer morrer em mim as vontades da carne para andar no espírito. 
"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." II Co 5.17

Ruthi Lima
20/02/11

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Deus de misericórdias...

Ajoelhei-me a orar. Na verdade não estava certa de que ia conseguir orar. Lágrimas teimosas rolavam em minha face. Não me sentia em condições de estar diante de um Deus tão poderoso. Tudo o que conseguia dizer era: "não sou digna!", enquanto as lágrimas gotejavam o chão. O pecado tem isto: ele nos faz sentir incapazes da graça e da misericórdia do nosso Deus. Ele tem como algoz o Inimigo de nossas almas, que, aproveitando-se de nossas quedas, de nossos embaraços, nos aponta e grita na face os nossos erros. Daí nos sentimos indignos de achegar-se a Deus, porque o pecado nos separa Dele...
Levantei-me do chão, ainda chorando. Abri as Escrituras, as palavras escorreram como um rio adentrando a sequidão da minha alma:

"[Salmo de Davi] Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.
Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,
Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia,
Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
O SENHOR faz justiça e juízo a todos os oprimidos.
Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade.
Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a sua ira.
Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades.
Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.
Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.
Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem.
Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.
Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce.
Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.
Mas a misericórdia do SENHOR é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;
Sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprir.
O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra.
Bendizei ao SENHOR, todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito.
Bendizei ao SENHOR, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio; bendize, ó minha alma, ao SENHOR." Salmos 103

O pecado nos afasta de Deus. Mas a Graça, traduzida na Cruz, nos reaproxima, nos reconcilia com Ele por meio de Jesus Cristo. O pecado nos encurva. Mas a misericórdia nos levanta. O pecado nos acusa. Mas a Graça nos absolve. O pecado nos mergulha na escuridão. Mas a Graça nos chama para a luz. E mesmo sujos, feridos, envergonhados nos aproximamos do Pai, por meio da Graça e dizemos: "Não somos dignos, mas as Tuas misericórdias não nos deixa consumir quando nos aproximamos da Tua santidade. Um preço alto foi pago por isto. Um precioso sangue foi derramado para que pudéssemos evocar o direito de estar aqui. E em que outro lugar encontraríamos misericórdia senão na Tua presença? Deixe nos ficar aqui, porque este é o lugar destinado a todos que buscam por Ti a tempo de se poder achar..."

Ruthi de Lima
fev/2011





domingo, 13 de fevereiro de 2011

Regresso...

Eu lembro agora da parábola do Filho Pródigo. Dentre as que Cristo contou, uma das mais belas. Vejo o filho saindo de casa. Vejo o Pai na porta de casa, as lágrimas nos olhos, vendo seu filho tão amado indo embora. Vejo o filho partindo sem ao menos olhar para trás. Sua "auto suficiência" lhe impulsiona. Sua vontade de conhecer o mundo e suas belezas o faz caminhar mais apressadamente até desaparecer por completo na estrada.


Vejo o Pai soluçando baixinho. Ouço o filho mais velho a lhe dizer: "deixe-o meu Pai, é mesmo um ingrato!". Vejo o Pai abanando a cabeça como não concordando com a atitude do filho mais velho. Vejo os novos "amigos" que o filho pródigo arranjou pelos lugares em que passou. Vejo as noites gastas em prazeres e vontades. Vejo a herança desperdiçada nas rodas dos escarnecedores. Vejo seu sorriso de satisfação a cada elogio dos novos amigos. As belas palavras o encantam e abafam a cada dia os conselhos aprendidos na Casa do Pai. Ele agora está conectado em um novo mundo. Um mundo de prazer, de sensualidade, de mentiras, de falsos amigos, de traições, de pornografias, de sexo ilícito. Mas ele está surdo pelo som da música das festas. É incapaz de ouvir a voz do Pai ressoando em sua consciência: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há...". Ouço a música cessar, vejo amigos saindo pelas portas, ouço o tirintar da derradeira moeda. Vejo o filho caminhando em direção a um bando de porcos. Eu não consigo diferenciar bem quem é quem. Suas roupas estão sujas agora. Ele está faminto e pede que lhe dêem da comida dos porcos.

Ouço soluços, vejo lágrimas. Lágrimas de um filho que se lembrou de uma mesa farta. Lágrimas de um filho que se lembrou de um colo, de um afago em sua cabeça sempre que se sentia triste. Vejo o filho se mover. Vejo-o levantando-se e tomando o rumo da Casa do Pai. Pobre filho! Ele não sabia quão amarga seria a volta. Não sabia das coisas que iria encontrar pela estrada. Quantos montes teve de escalar, quantos rios teve de atravessar. Foi escarnecido pelos "amigos" quando bateu em suas portas pedindo água e pão para a viagem. Foi abandonado por todos eles quando disse que já não havia herança e que ia voltar para a Casa do Pai. Não encontrou lugar para repousar à noite, nem mesa para assentar-se durante o dia. Teve de caminhar sozinho por muito tempo. Sentia-se perdido. Esquecera a estrada que levava de volta para o Pai. Muitas vezes pensou em desistir. Parou. Chorou. Achou que não era mais digno de ser chamado filho. Ouviu vozes que o convidavam a voltar atrás. Até que um dia, cansado de andar, encostou-se à sombra de uma árvore. O sol declinava no horizonte. Sentiu as lágrimas cegarem seu rosto. A dor do pecado ainda lhe torturava a alma. Até que levantou seus olhos.


Viu uma montanha fria e sombria. No alto da montanha uma cruz. Pendurado na cruz, um homem. Vertia sangue nas mãos e pés. Espinhos pontiagudos lhe perfuravam o crânio. Ouvia o agonizar, mas não entendia bem. Aproximou-se no exato momento em que o Homem dizia: "Está consumado!". Vi o filho prostrar-se aos pés da cruz e chorar copiosamente. Havia encontrado o Caminho de volta. Tudo o que ele havia tentado fazer a fim de voltar para o Pai, já havia sido feito por aquele Homem. Não precisava lutar sozinho, não precisava pagar penitências. Não precisava viver o peso da culpa. Tudo o que precisava era levantar-se e caminhar. E foi exatamente isto que vi o filho fazer. Depois de três dias de caminhada avistou o portão da velha fazenda de seu Pai. E qual não foi sua surpresa ao ver o Pai correndo ao seu encontro e envolvendo-o em um abraço tão amoroso que tudo o que lhe restou foi deixar-se abraçar e sentir outra vez o calor de seu Pai.


Ruthi Lima/ outubro 2010.

Publicado originalmente em "conectadosemcristo".

Elias e eu...

Gosto da história de Elias. Homem, aliás, de história praticamente desconhecida. Sabe-se pouco de Elias. Ele aparece como que de repente nos escritos bíblicos e é de repente também, podemos assim dizer, a sua partida. Elias, "semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos", como escreveu Tiago em sua carta. Acho que por isso gosto da história de Elias. Porque era um ser humano como eu, como nós. Não era um super herói, não era um homem-deus. Elias cometia erros, sentia medo, acovardava-se, entristecia-se. Elias sofreu depressão, apesar de ser um grande profeta, um dos maiores dos tempos bíblicos. Já ouvi muitos pregadores interpretando mal os sentimentos de Elias. Já ouvi sermões escarnecendo das dores daquele homem, zombando de sua fuga para o deserto. Ouve um tempo em que cheguei a pensar como eles. Escarneci de Elias. Zombei de sua covardia. Até que me vi presa em uma caverna também. Até que me senti só como Elias se sentiu. Até que senti como se Deus estivesse esquecido de mim. Daí então compreendi a dor daquele homem e chorei. Chorei a minha solidão, chorei a sequidão, chorei o deserto da minha alma, chorei meus pecados, chorei minha covardia, chorei minha descrença em Deus. E em meio a escuridão da caverna, reclamei com Deus tal como Elias. Cheguei a sentir raiva, confesso! Achava injusto as coisas que sofria! Não reconheci minhas culpas. Não sujeitei-me a ouvir o que Ele queria me dizer porque estava presa nas minhas próprias argumentações, nos meus próprios desejos. Até que houve um vento. Vento forte. Despedaçou os planos que construí com minhas próprias mãos sem consultar o Senhor. Todas as minhas teses ruíram como um castelo de areia. Depois do vento, um terremoto. Sacudiu-me de tal modo que lancei abaixo as teorias sobre meu passado, meu presente e meu futuro. Depois do terremoto, um fogo: foi queimada como palha a minha justiça própria, tornou-se um montão de cinzas. Caí ao chão da caverna e chorei. Chorei sob as cinzas, chorei sob os escombros. Chorei sob o pecado, chorei sob a culpa. Até que senti uma brisa a me tocar o rosto. Ouvi uma voz. Levantei o rosto a procurar e, em meio as lágrimas, ouvi o Senhor. Sua voz não era irada, não me fazia sentir medo. Apenas calmaria, como a de um filho que ouve a voz do Pai que a muito não ouvia. Uma voz poderosa, majestosa, mas extremamente doce, suave como do Pai que tenta aquietar o filho diante do desespero. Eu ouvi repreensão em sua voz, confesso. Mas repreendeu-me com tanta amorosidade que tudo o que pude fazer foi levantar-me, tatear as paredes escuras da caverna e, ao avistar Sua Luz brilhando lá fora, sair em direção a nova vida que Ele me oferecia. E, como Elias, saí mais forte do que antes. Se entrei ali cabisbaixa, triste, sozinha, desejando apenas a morte e esperando por ela todos os dias, ao sair, senti o Senhor me impulsionando a fazer coisas que nunca pensei ser capaz de fazer. Saí para desafiar o princípe deste mundo. Saí para ajudar outros a encontrarem o Caminho de volta para Casa do Pai. Saí para ser diferente, como Elias foi. Diferente porque orou. Diferente porque creu. Diferente porque ousou. Diferente porque agiu. Apesar das limitações humanas, e por causa delas, Elias aprendeu a confiar na provisão do Senhor. Aprendamos nós também a lição que Elias aprendeu.


Texto base: II Reis 19/ Carta de Tiago 5. 17-18

Ruthi Lima
Primavera de 2010.